Os Campana estão no cenário do design há trinta e cinco anos, incutindo e disseminando a necessidade de uma mudança de rumo nas práticas cotidianas de design.
É um projeto poético e político que ainda causa espanto e suscita reflexão.
E continua a melhorar a vida de comunidades inteiras nas favelas de São Paulo, ensinando mulheres e crianças sobre os processos de design no Instituto Campana, que eles fundaram em 2009.
Eles falaram com Porzia Bergamasco do Salone Del Mobile
Entrevista em versão resumida abaixo.
Vocês foram os pioneiros do design “disruptivo”, ou seja, uma abordagem proativa para projetar mudanças. Como vocês achas que podemos trabalhar globalmente para um planeta melhor?
O trabalho do Estúdio Campana sempre destacou a importância do design sustentável do ponto de vista natural e humano. Desde o início, elogiamos e aplicamos as técnicas tradicionais de artesanato, o que significa automaticamente dar trabalho a autônomos e pequenos negócios no Brasil e no exterior. A reaproveitamento de materiais sempre foi uma de nossas marcas registradas, mesmo antes de o reaproveitamento ou reciclagem se tornar um assunto quente. Hoje, continuamos a evoluir, certificando-nos de que as nossas fontes são certificadas e fazendo o nosso melhor para minimizar ou evitar o desperdício e a poluição, igualmente estamos de olho nos novos materiais sustentáveis que estão a ser desenvolvidos. No final, todos esses mecanismos garantem que nossos negócios se alimentem uns dos outros, criando um ciclo de produção saudável que mantém as pessoas e o meio ambiente em primeiro lugar no longo prazo.
O valor esteticamente sustentável está intimamente ligado ao valor sustentável. Vocês podem nos contar sobre esse conceito primordial que orienta sua prática artística e de design normal?
As pessoas estão muito mais conectadas com seus bens hoje em dia. Existe uma relação de afeto para com eles, uma necessidade de que cada objeto tenha um significado subjacente. A partir do momento em que oferecemos às pessoas uma peça que foi trabalhada a muitas mãos, feita com cuidado, competência e propósito, ela se torna mais atraente do que aquela que é apenas mais um objeto. Essa consciência do verdadeiro valor de uma peça sustentável reflete diretamente onde cada um de nós se posiciona como designers e consumidores. Somos todos responsáveis pelo que compramos, então por que não possuir algo que envie uma mensagem positiva e apoie as melhores práticas?
Para ler a conversa completa clique aqui.
Fonte: Salone Del Mobile I Porzia Bergamasco
Tradução I Edição: www.pauloguidalli.com.br
Imagem: Bob Wolfenson I Luiz Calazans
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