Da carruagem ao skate, duas histórias em duas tomadas
1ª Tomada – Museu
O curta-metragem Museu captura a galeria de arte do Louvre de uma perspectiva incomum.
Um skatista e uma dançarina de balé exploram seus corredores vazios e sem turistas por meio do movimento.
Tristan Helias e Marin Troud dirigiram o curta de três minutos, que é acompanhado por música de Max Richter.
O filme pretende ser uma história de amor, mostrando a dupla enquanto dançam e patinam pelas salas vazias do Louvre, a caminho de se encontrarem.
Os diretores disseram a revista High Snobiety que o filme é uma tentativa de ‘sublimar as obras de arte, abrir as portas dos museus para a arte de rua e tornar a cultura francesa mais acessível a todos’.
O que parece particularmente pertinente nos tempos atuais.
É também a primeira vez que um skate foi permitido dentro das sagradas galerias do Louvre.
O Museu fechou ao público em março deste ano, após uma ordem do governo proibindo reuniões de mais de 100 pessoas, e foi reaberto em julho, embora agora exija que os visitantes reservem um horário e sigam regras rígidas de distanciamento social.
2ª Tomada
A Idade Média
Escavações arqueológicas permitiram detectar a presença de caçadores coletores no setor do Louvre.
A bacia parisiense já era então frequentada. Esta zona geográfica tornou-se rapidamente uma capital.
Na Idade Média, o rei Filipe Augusto (1165-1223) decidiu construir uma fortaleza composta de uma masmorra e um recinto quadrado.
Este forte militar tinha por objetivo reforçar a muralha construída nessa época e que deveria proteger Paris.
As fossas destas fortificações são hoje visíveis na galeria do Carrosel do Louvre.
As obras de Carlos o Sábio
Entre 1364 e 1380, Carlos V (1338-1380) fez obras no Louvre para transformá-lo em um castelo.
Este projeto foi realizado pelo arquiteto Raymond du Temple.
O antigo forte torna-se um lugar de residência confortável que comporta apartamentos, bem como locais de recreação.
Uma biblioteca à disposição do rei é instalada ali. Esta coleção torna-se através dos séculos a Biblioteca Nacional da França.
Infelizmente as guerras, entre elas a guerra dos Cem Anos, e a ambição dos nobres de afastarem-se de Paris, fizeram com que abandonassem o Louvre para irem morar nos castelos do Vale do Loire.
Francisco I e o novo Louvre
Francisco I (1494-1547) é conhecido por ser o soberano da Renascença.
Foi em sua época que se desenvolveram os castelos do Loire e que a França conheceu Leonardo da Vinci e a Mona Lisa.
Em sua época, o castelo do Louvre iniciado por Carlos V é desfeito e reconstruído.
Espaços de recepção são instalados ali para exercer o poder.
Catarina de Médici (1519-1589) mandou também construir o Palácio des Tuileries.
Logo depois o rei Henri IV (1553-1610) construiu uma grande galeria entre o Palácio do Louvre e o Palácio des Tuileries a fim de circular entre a sede do poder e seus apartamentos.
Uma modernização do Louvre foi iniciada, mas terminou apenas e durante o reino de seu neto Louis XIV.
Este último confiou então a reconstrução do jardim a André Le Nôtre, que em seguida foi se dedicar aos canteiros de Versalhes.
O início do Museu do Louvre
Enquanto a corte do Rei Sol instalava-se em Versalhes, o Palácio do Louvre foi ocupado por nobres, intelectuais e artistas que tinham ali sua residência, que mais tarde apresentaram ao rei um projeto de museu.
Luís XVI gostou desta ideia e começou os trabalhos de adaptação.
Foi a Revolução francesa que fez com que a Grande Galeria fosse aberta ao público.
As obras das coleções reais estão expostas ali. Estas coleções aumentaram progressivamente com os confiscos e os sucessos militares.
Doações privadas ofereceram também a oportunidade para que o Louvre adquirisse novas peças.
Enquanto Napoleão Bonaparte (1769-1821) se instalava no palácio des Tuileries, o imperador fazia do Louvre um grande museu com a ajuda de seu primeiro diretor Dominique Vivant Denon (1747-1825), que organizou todas as coleções.
Mais tarde, Carlos X (1757-1836) construiu uma nova galeria ao longo da rua Rivoli, paralelo àquela construída por ordem de Henri IV.
Os departamentos das antiguidades gregas e egípcias foram criados e receberam o nome de Museu Carlos X.
Foi durante o Segundo Império que o Louvre adquiriu a silhueta que conhecemos hoje.
Foram construídos dois corpos de edifícios que cercam o pátio Napoleão onde encontra-se hoje a Pirâmide do Louvre.
Novas salas foram preparadas para o museu. O Louvre dispunha de escritórios para os ministérios e mais estábulos foram instalados.
Os trabalhos estenderam-se até as Tuileries que Napoleão III desejava restaurar começando com a destruição da galeria que estava ao longo do Sena.
Infelizmente, este projeto não foi levado adiante devido aos acontecimentos da Comuna quando o Palácio des Tuileries foi incendiado.
O Grande Louvre
Em 1981, François Mitterrand foi eleito presidente da República francesa.
A renovação do Museu do Louvre e sua reorganização foram confiadas ao arquiteto Ieoh Ming Pei.
Estes trabalhos permitiram principalmente a construção das pirâmides, bem como a extensão da entrada principal com o Carrossel do Louvre.
O maior museu do mundo abriu-se então a novos públicos.
Os últimos grandes canteiros de construção que marcaram o Louvre foram os da organização do Pátio Visconti para instalar o departamento de artes do Islã.
Em 2014, o Museu do Louvre recebeu mais de 9 milhões de visitantes dos quais três quartos eram estrangeiros. Este sucesso faz do palácio um dos lugares mais visitados de Paris.
Fonte: The Space I Paris City Vision
Tradução I Edição: www.pauloguidalli.com.br
Imagem: Tristan Helias e Marin Troud
Assista o curta-metragem Museu
https://www.youtube.com/watch?v=m_mHk25GjJQ&feature=emb_title
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