O Receptor restobar, aninhado em um charmoso edifício do século XIX em Tomsk, Rússia, é uma mistura vibrante de história, arte e design arrojado.
O projeto começou com um briefing aparentemente simples, mas ambicioso, do cliente: projetar um espaço acolhedor, arejado e distinto.
O nome “Receptor” não foi escolhido por acaso.
Em termos científicos, os receptores são estruturas sensoriais que capturam estímulos externos e internos, transmitindo sinais ao sistema nervoso.

Inspirado por esse conceito, a designer de interiores Elena Rybalkina imaginou um ambiente que envolveria os sentidos dos hóspedes, paladar, visão e emoções, simultaneamente.
“Queríamos criar um lugar onde não apenas os receptores gustativos, mas também os sentidos visuais e emocionais fossem estimulados”, diz Elena.
A primeira visita de Elena ao local revelou tetos abobadados impressionantes de tijolos vermelhos e aberturas arqueadas, que se tornaram a base do design.

Colaborando com uma equipe de especialistas em restauração, ela reviveu as aberturas de janelas arqueadas no nível inferior e ecoou o motivo por todo o restaurante, unificando o espaço com um ritmo elegante e circular.
Camadas de tinta antiga nas paredes foram preservadas, permitindo que narrassem sua própria história silenciosa, enquanto o teto de ripas original permaneceu exposto, envolto em policarbonato transparente e acentuado com iluminação vermelha e verde característica.
O resultado é um interior que parece cru e refinado, onde a história se entrelaça perfeitamente com o design moderno.
O restaurante se desdobra em três zonas distintas, porém interconectadas: o salão central, o salão de vinhos e a zona de comida de rua.
Este layout fluido incentiva uma transição natural de um café da manhã tranquilo para uma noite animada com vinho.
O hall central de 72 m² e o salão de vinhos de 42 m² são banhados em tons suaves e neutros.
Aqui, o design sutilmente acena para as raízes do cliente no negócio agrícola por meio de um motivo recorrente, o ovo.
Seu formato inspirou móveis personalizados, tecidos e até painéis de parede decorativos feitos de caixas de ovos e combinados com espelhos angulares, criando ilusões espaciais lúdicas.

Na zona de comida de rua, uma estética industrial assume o centro do palco.
O espaço de 135 m² vibra com energia, apresentando uma cozinha aberta, uma estação de recepcionista e um impressionante bar de mármore de 10 metros de comprimento.
O movimento constante de chefs, garçons e convidados infunde o espaço com um zumbido elétrico, refletindo o pulso dinâmico da vida urbana de cidade.
Móveis personalizados, incluindo sofás, cadeiras e balcões de bar, ancoram o design.
Pias marcantes esculpidas em pedra acrílica injetam um toque ousado de cor, enquanto uma entrada arqueada revestida em metal preto, chama a atenção com sua presença arquitetônica elegante.
O piso, uma fusão de concreto e incrustações de mármore em forma de casco de porco, introduz um toque lúdico ao design sofisticado, mas despreocupado, sutilmente referenciando o conceito centrado em carne do gastropub.
A arte desempenha um papel fundamental na definição da identidade do restaurante.
Uma das características mais cativantes é uma pintura narrativa em grande escala, uma colaboração vibrante.
Esta peça personalizada explode com cor e emoção, tornando-se o ponto focal artístico do restaurante.

Além desta peça central, o espaço é enriquecido com instalações de arte permanentes: objetos de cerâmica e tecidos gráficos excêntricos com temática feminina, esculturas de vidro em tamanho real de presunto e obras espirituosas e inspiradas no cotidiano.
Fiel à filosofia do “terceiro lugar”, um espaço além do lar e do trabalho, ele incentiva os clientes a permanecer, refletir e se conectar.
O local hospeda exposições de arte rotativas, fornece áreas de coworking e organiza uma biblioteca abastecida com revistas sobre moda, comida, arte e estilo de vida.
Fonte: Archello I Margarita Prakapovich
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Slava Fleor
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