Na divisa de Surry Hills e Redfern, o The Eve Hotel surge como a peça do quebra-cabeça que faltava no tecido urbano em evolução de Sydney.
Projetado por SJB, este hotel boutique de luxo marca a adição final ao vibrante Wunderlich Lane Precinct, oferecendo um espaço sereno em um dos bairros mais dinâmicos da cidade.

Enraizado em uma filosofia de longevidade, o hotel equilibra design arquitetônico duradouro com toques contemporâneos.
O projeto celebra o espírito criativo de Sydney e contribui para a história contínua da área local.
Em vez de buscar inspiração internacional em design, o escritório abraçou a paisagem australiana e celebrou experiências exclusivamente australianas.

O resultado é um afastamento refrescante da estética de hotel internacional padronizada que dominou o cenário da hospitalidade por muito tempo.
“Nossa filosofia é criar um espaço que apoie designers e artesãos locais, ao mesmo tempo em que enraíza o hotel contextualmente, inspirando-se nas formas circundantes e na paleta australiana de Sydney”, explica a arquiteta Charlotte Wilson.
“O hotel apresenta ricas camadas artesanais de cerâmica, tecidos e vistas contínuas para a natureza”.

Toques de design individuais foram espalhados por toda parte, como iluminação escultural personalizada pelo designer australiano Henry Wilson.
Paredes brilhantes e blocos de concreto esmaltados brancos adicionam textura e leveza, criando uma atmosfera expansiva e acolhedora.
Ao entrar pelas ruas movimentadas, os hóspedes vivenciam uma transição orquestrada por uma entrada imersiva ao lado do Bar Julius, levando a um lobby relaxante ancorado por pedra natural e terracota esmaltada sob medida.
Este espaço de transição atua como uma câmara de descompressão, um momento para se livrar da intensidade urbana antes de abraçar completamente a serenidade interior.
O hotel envolve um pátio central, criando o que o SJB chama de “exalação” biofílica para os hóspedes, com linhas de visão através de vegetação exuberante.
Essa conexão com a natureza é essencial para a experiência do hóspede, oferecendo momentos de alívio e restauração.
À medida que os hóspedes se movem pelos espaços comuns, eles transitam de áreas abertas e espaçosas para corredores mais isolados e enclausurados, inspirados pela arquitetura cívica atemporal.

Essa abordagem dicotômica cria momentos de expansão e compressão, fornecendo uma sequência espacial entre espaços serenos e silenciosos e áreas comuns movimentadas.
“O claustro é uma versão australiana do que você vê na Itália ou em Portugal, com vistas para um pátio verde central de um lado e o óculo circular que abriga o Olympus (restaurante) do outro”.
“Ele foi projetado para ser mais do que uma passarela”, explica o arquiteto Adam Haddow.

Os 102 quartos de hóspedes do hotel oferecem uma experiência única com uma paleta de inspiração australiana de tons de eucalipto ou argila vermelha.
Cada quarto tem uma varanda privativa, oferecendo uma conexão com o exterior e fornecendo ventilação natural, uma oferta não comumente encontrada em hotéis comerciais.
Esses espaços foram originalmente imaginados como áreas onde cantores de ópera, músicos e outros artistas pudessem ensaiar e se aquecer ao ar livre, fora de suas salas climatizadas. Esse toque caprichoso fala ao espírito criativo da área de Surry Hills e Redfern.
Com quartos de 27 a 30 metros quadrados e suítes de 35 a 63 metros quadrados, a experiência dos hóspedes culmina no The Eve Residence, que oferece aos hóspedes VIP acesso exclusivo e privado em generosos 153 metros quadrados.

Cada aspecto foi imaginado para evocar uma sensação de conforto e refinamento, com atenção aos detalhes sensoriais que vão além do visual.
O curador musical Harry Staub criou a identidade musical do hotel com uma trilha sonora que muda de humor ao longo do dia, refletindo a luz natural e a passagem do tempo.
O Bar Julius busca inspiração europeia e merece seu próprio momento de destaque.
Em uma homenagem à história da arte australiana, o design se inspira na obra de Grace Cossington Smith de 1936, “The Lacquer Room”.
Este espaço combina materiais clássicos com um toque lúdico, criando um ambiente caleidoscópico que parece energético e atemporal.
Arquitetonicamente clássico, o bar é definido por um dado formal e um teto abobadado, uma dualidade que traz ordem e alegria.
O teto abobadado desafia a gravidade de forma divertida, pois mergulha para baixo, sem tocar nas paredes.
O showstopper é a obra de arte “Still Life” da artista local Louise Olsen, inspirada em garrafas e formas de recipientes, tornando o espaço totalmente memorável.
O esforço colaborativo entre SJB e Olsen produziu algo realmente especial.
“O design pedia uma peça de destaque, algo brilhante, colorido e cheio de energia”, diz Adam.

“Juntos, trabalhamos na exibição da obra de arte, chegando a uma instalação dramática no teto para um efeito ousado e envolvente”.
“Era importante para nós incorporar a arte australiana ao bar”.
A linguagem do design se baseia na estética clássica de bistrô com o rico calor vermelho-marrom das madeiras australianas Jarrah e Ironbark.
Padrões ousados de madeira e pedra em dois tons trazem uma riqueza convidativa, enquanto o teto de barrisol retroiluminado emite um brilho aconchegante.
Cada detalhe, desde os profundos detalhes azul-acinzentados até os mármores em tons de vermelho em camadas, cria complexidade no ambiente.
Fonte: Yellowtrace I Dana Tomic Hughes
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Anson Smart
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