O mais recente projeto do Studio Renesa em Nova Deli, Índia, apresenta uma nova tipologia e uma reviravolta na definição existente de speakeasy em um ambiente de design oriental.
Ao entrar em um arco não visível, mas não invisível, escondido, através de uma cortina de tijolos de vidro e espelhos dramaticamente iluminada, um antro, um sonho dualista, uma caverna.

Essa natureza clandestina foi o ponto de partida do projeto, como realizar um bar de coquetéis, um speakeasy moderno, com intimidade e texturas puras.
O concreto preto, do estúdio, foi a consequência de um diálogo entre speakeasy e design.
O resultado é um jogo de mimetismo com o material, brincando de esconde-esconde com as restrições do lugar.

Ao se aventurar pela entrada de tijolos de vidro, a primeira impressão é a de uma miragem criada por uma escada de espelhos refletivos com luminárias pendentes penduradas em diferentes comprimentos.
Logo à frente, há uma cortina preta que separa o mundo de encontros secretos da área de jantar no andar de cima.

Atrás da cortina, a “caverna de drinks” tem uma aparência muito mais industrial, misturada com o underground.
O primeiro “covil” do conceito é a divisão entre os dois materiais brutos: concreto cinza e preto, que consolida visualmente o espaço.

O espaço trapezoidal divide o bar de infusões do bar de coquetéis, que por sua vez conta com mesas dobráveis e bancos de bar para liberar espaço à medida que a noite avança.
O bar de infusões desfruta de uma atmosfera mais tranquila, com assentos confortáveis e intimistas.
Os aspectos marcantes deste andar são a área de estar curva, construída a partir da estrutura existente, e a sala de fumantes de tijolos de vidro, que proporciona vistas silhuetadas e coloridas do bar.

Adotando um tema de variações em termos de monotonia e contextos, o segundo “covil” adicionou personalidade e intriga com o vidro canelado cuidadosamente escolhido e as aberturas deslizantes na parede, definindo o bar de sushi e saquê no segundo andar.
Ao subir a escada em espiral, maravilhado com a materialidade, o bar de sushi se transforma em uma estação de entretenimento com assentos altos e vista para o espaço de pé-direito duplo.
O lado adjacente abriga a sala de jantar formal, com um ambiente mais sutil, porém com pouca iluminação, para reuniões mais próximas.

O terceiro e último “covil” serve como entrada clandestina.
Em frente à cozinha e ao depósito, o cliente se depara com uma sala de jantar privativa, escondida dentro da parede, apresentada como um refúgio não revelado.
A fachada disfarçada é criada por meio da narrativa ficcional para transportar os clientes para longe de suas vidas cotidianas e envolvê-los na companhia de bons amigos e coquetéis bem elaborados por algumas horas.

Em suma, o projeto é uma antítese: feito de blocos de vidro, chapas de prata e madeira, invade o espaço para se desdobrar, desdobrar e girar nas paredes, no chão e no teto, dando origem a um bar de coquetéis.
Disposto em um conjunto retangular de painéis canelados, alinhados com a arcada preta, fundindo-se diagonalmente com o espaço seguinte, o design com luzes cônicas e plantas sugere um santuário, um refúgio: o Covil.
Fonte: Archello
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Niveditaa Grupta
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