Atrás das pesadas portas de um antigo prédio de arte da Roya Academy de Copenhagen, encontra-se um espaço de que ias parece um santuário do que um estúdio de design.
O Studio Oliver Gustav desfia as categorias convencionais.

Não é um showroom, nem uma galeria, nem uma loja no sentido tradicional.
É uma experiência, uma experiência que te imerge em um mundo onde objetos, texturas e quietude mantêm presença.

Oliver Gustav é um curador, designer e colecionador dinamarquês conhecido por criar espaços que evocam emoção em vez de simplesmente funcionalidade.
Seu trabalho não “decora”, mas compõe interiores com a sensibilidade de um cineasta ou diretor de teatro.
Cada detalhe é intencional, cada superfície, sombra e silêncio calibrados para criar profundidade e ressonância.

Após anos trabalhando no mundo do luxo, Gustav mergulhou em sua verdadeira paixão: criar ambientes austeros e cheios de alma.
Sua estética une o atemporal e o transitório, mesclando a pátina da história com uma profunda tranquilidade moderna.
O estúdio está instalado em um edifício do século XIX, outrora utilizado pela Real Academia Dinamarquesa de Belas Artes.

O designer preservou suas imperfeições: gesso rachado, tinta em camadas, pisos de madeira desgastados.
Não se trata de falhas, mas sim de vestígios do tempo, que conferem ao espaço uma dignidade vivida.
O estúdio se desdobra cômodo por cômodo, cada espaço formando uma sequência visual e emocional.

A luz se filtra através de pesadas cortinas de linho, projetando sombras suaves sobre cadeiras esculturais, colunas monolíticas e objetos de artistas contemporâneos.
A paleta é meditativa e discreta: cinza, giz, ardósia e osso.

O silêncio é palpável, não estéril, mas pleno de presença.
Oliver Gustav é profundamente comprometido com materiais naturais que envelhecem com elegância: pedra, madeira bruta, vidro soprado à mão, linho cru.
Seus espaços nunca são brilhantes ou novos.
Sua beleza se revela com o tempo, adquirindo profundidade e alma.
Seus interiores frequentemente justapõem artefatos antigos da China, Japão ou do sul da Europa com obras de artistas e designers como Rick Owens, Axel Vervoordt, Vincent Van Duysen e Faye Toogood.

O efeito é cinematográfico: o pesado encontra a leveza, o passado encontra o presente, o silêncio encontra a forma.
Quem captura esse delicado equilíbrio é o fotógrafo Alex Lesage, cujo olhar apurado para a luz e a composição realça o drama silencioso e a profundidade emocional do espaço.
Fonte: This is Paper
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Alex Lessage
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