Por Laura Itzkowitz
Achille Salvagni faz aquilo que talvez, a maioria dos arquitetos gostaria de fazer.
O arquiteto romano não se propõe, originalmente, a projetar móveis, mas quando um cliente lhe pede para criar algumas peças sob medida, ele aceita o desafio.
Um galerista baseado em Nova York viu algumas destas peças, contatou Salvagni e disse que ele era tão talentoso que seria uma loucura não ter a sua própria coleção de edição limitada.
“Acho que Roma é o melhor lugar do mundo para se inspirar e criar, Londres é o melhor lugar da Europa para mostrar e Nova York é o melhor lugar para vender”, disse Salvagni, explicando que suas peças vão de Roma a Londres para Nova York e vice-versa.
“É uma espécie de sistema circular que criei e funciona muito bem”.
Salvagni passa mais tempo em Roma e em Londres, onde acaba de abrir seu novo showroom na 1A Grafton Street, em Mayfair.
O elegante ateliê apresenta paredes com acabamento em gesso à mão, com os cantos arredondados e janelas com molduras de bronze polido que contrastam com o branco do interior.
Os pisos de parquet espinha dão ao espaço um toque sofisticado, quase residencial.
Segundo Salvagni, além de expor suas próprias coleções, o ateliê vai exibir “troféus de extrema importância que encontro no mercado ou nos leilões”, cujo objetivo é “demonstrar que minhas peças podem facilmente criar um diálogo com o trabalho de outra pessoa”.
O arquiteto, que funde a inspiração de sua herança romana com a estética escandinava que passou a admirar enquanto estudava em Estocolmo, descreve seu trabalho como “uma tentativa de congelar a beleza”.
Ele colabora com vários artesãos em Roma e nos arredores, incluindo um fundidor de bronze que trabalha com o Vaticano, pedreiros que cuidam do mármore e dos mosaicos em muitas igrejas da cidade, e marceneiros que restauram armários para palácios nobres.
“Estou cercado por grandes artesãos talentosos que seria quase impossível falhar em termos de qualidade”, disse ele, acrescentando que chama o trabalho que eles fazem de “design lento”, ecoando o movimento slow-food.
“É uma forma de pensar a tradição de uma nova maneira e evitar que esses grandes talentos desapareçam porque a maioria deles se dedica exclusivamente a cuidar de algo que pertence ao passado”.
Fonte: AD Architectural Digest
Tradução I Edição: www.pauloguidalli.com.br
Imagem: Simon Upton
Conheça Achille Salvagni Architetti
https://www.salvagniarchitetti.net/
Assista: https://vimeo.com/359261214
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