No tecido em constante evolução do bairro Pragati, em Atenas, um bairro conhecido por seu charme tranquilo e tendências culturais, o moden Café, projetado Georgios Apostolopoulos, surge como uma homenagem refinada à herança e ao minimalismo.
O café fica discretamente instalado no térreo de um prédio da década de 1970, adotando o nome de uma antiga confeitaria que ainda funciona a poucos passos de distância.

Essa nomenclatura é mais do que nostálgica: é uma afirmação sutil de que o passado e o presente podem dialogar em vez de dissonância.
O interior é um gesto de contenção poética.

O designer evita o excesso visual em favor de uma linguagem de design marcada pela calma monocromática e pela materialidade deliberada.
Superfícies texturizadas de gesso evocam a efêmera tatilidade da farinha, enquanto os elementos personalizados de carvalho e aço inoxidável, bancos, balcões e superfícies de exposição, transmitem a graça mecânica do processo de fabricação de doces.

Essas peças sob medida não são meramente funcionais; elas sublinham a teatralidade silenciosa do café, apresentando doces e café como objetos de ritual e reverência.
No coração do espaço, encontra-se a cozinha e o bar abertos, um palco arquitetônico onde a alquimia da panificação e da fabricação de cerveja se desenvolve sem obstáculos.

Esta peça central é mais do que operacional; é performática, emoldurada por bancos ao longo de três paredes que sutilmente guiam o olhar para dentro.
Essa coreografia espacial promove não apenas o engajamento comunitário, mas também a intimidade com o ato de fazer, transformando o cotidiano em cerimonial.

Talvez o gesto mais revelador seja a fachada totalmente retrátil, que dissolve qualquer distinção entre café e cidade.
A luz inunda livremente, suavizando os contornos e imbuindo o espaço com uma luminosidade serena que reflete a pureza de seu ethos de design.

Fonte: This is Paper
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Lorenzo Zandri
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