A Maison do cabeleireiro Pedro Remy, situa-se no rés-do-chão de um edifício dos anos 70 no centro urbano de Braga, conta com 250m2 de área total.
Este espaço, projetado pelo escritório Nuno Ferreira Capa arquitectura e design, esteve fechado durante vários anos evidenciando camadas de intervenções, memórias e histórias.
Cada parede uma história, cada janela uma passagem. Um lugar com muitos espaços.
Cada ambiente envolto em materiais e texturas sucessivamente interrompidos por outros, onde ocasionalmente apareciam alguns elementos estruturais de concreto aparente.
Uma composição complexa de excesso de materiais e vazios de materiais.
A concepção arquitetônica da Maison826 surgiu com a interrupção da demolição no ponto em que fragmentos daquele passado poderiam coexistir com o novo programa que se pretendia traçar.
O projeto maison826 é dividido em quatro níveis abertos entre si.
No primeiro nível, em cota intermédia, um bloco de madeira suspenso apresenta-se como entrada e como balcão de atendimento, conduzindo, visualmente, o utilizador para outros dois níveis: um subsolo, espaço de dinâmicas culturais e concertos, e outro nível intermediário logo acima, para a área de trabalho e cuidados com os cabelos, habitado centralmente por uma mesa de trabalho de madeira de 5 metros de comprimento.
Este espaço inclui ainda uma zona de lavagem e coloração de cabelo embutida para maior privacidade dos clientes.
Este nível intermediário nos leva ao quarto nível, uma área para a loja OGQMOCA Concept com um pequeno camarim.
Um Elogio ao Inacabado pareceu-nos ser um conceito que poderia ser um novo ciclo de vida deste espaço onde não há lugar para a preocupação com os detalhes… perdido pelo inacabado onde se pensa que falta por regra.
Os materiais poupadores, pilares ou vigas de betão, bem como as soluções de paredes inacabadas são agora o que definem a intervenção.
Em cada espaço, uma longa cortina opaca estabelece limites permitindo seu fechamento.
Este elemento cénico comum, de grande flexibilidade, ajuda a definir outras identidades espaciais e outras luminosidades de acordo com o uso pretendido.
Fonte: Architonic
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: João Morgado
Deixe um comentário