Uma antiga tipografia, nas Avenidas Novas, em Lisboa, foi transformada em loft pelo escritório João Tiago Aguiar, devido a uma renovação total, ilustrando como soluções estéticas espaciais cuidadosamente desenhadas podem dignificar um espaço anterior decadente e sombrio.
Vago há 15 anos, o espaço, embora com pé direito notavelmente alto, carecia de iluminação e ventilação natural, sendo esta uma das principais modificações arquitetônicas necessárias para infundir luminosidade e intensidade no loft.
Tendo sido preservadas algumas das suas características originais, o apartamento proporciona agora uma sensação de grandeza física e movimento.
Para vivenciar esta nova dinâmica, foi fundamental inundar o espaço com iluminação natural, retirando as instalações sanitárias existentes, no semi-rés-do-chão, e projetar uma enorme abertura no nível inferior, permitindo que recebesse ainda mais luminosidade e ventilação.
Enquanto a cozinha aberta se conecta à área de jantar, esta área se comunica com a sala de estar/quarto adicional e banheiro privativo através de grandes portas de correr de vidro.
Por se tratar de um loft com muito espaço disponível, os quartos apresentam, eles próprios, um ecletismo interessante onde a sala e um dos quartos podem ocupar tanto o rés-do-chão como o piso inferior, consoante a preferência.
É no piso inferior, o mais completo, que se encontram as instalações sanitárias, sendo que na suite, a casa de banho já existente, foi mantida no mesmo local mas com as modificações necessárias, nomeadamente a criação de dois compartimentos separados para diferentes usos, garantindo funcionalidade e mobilidade.
Aqui, a abertura da fachada frontal existente foi ampliada para iluminar e ventilar o espaço o máximo possível.
Nos fundos foi projetado um pequeno terraço e outra instalação sanitária com banheira independente cavada no chão.
Este volume invulgar e acolhedor, apresenta-se como uma peça destacada com uma certa distância ao teto, tornando-se assim uma boa opção para atividades de lazer como a leitura.
Pela facilidade de manutenção o cimento no piso, as chapas metálicas nas escadas, móveis em MDF lacado nas cores branca ou preta e vidro, foram os materiais selecionados, que unificam a estética despretensiosa e contínua adequada a um Loft.
A exceção vai para o azulejo semi-artesanal, de cor verde pastel, que reveste toda a parede de fundo do fundo e a parte superior do volume destacado, refletindo e ampliando a luz natural que os inunda.
A flexibilidade e o fluxo natural no espaço são garantidos.
Fonte: Architonic
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Fernando Guerra
Deixe um comentário