A nova moradia é o resultado da transformação de uma antiga oficina de motos no bairro de Milagrosa, em Pamplona.
A intenção do projeto assinado por Arrova I Ateliê.Rojo-Vergara, é ser uma espécie de protótipo para esta forma de reconversão no bairro.
O local possui um grande número de instalações industriais atualmente em desuso e a sua transformação ajudaria muito a revitalizar a área, uma possibilidade no entanto desconhecida em muitos casos para os moradores locais.
Dada a diferença de nível entre as ruas em que o loft está situado, ele funciona como um pódio para o restante do edifício.
Um dos principais objetivos do projeto era retirar da loja todos os elementos desnecessários existentes.
O espaço seria então liberado para mostrar a estrutura poderosa e plástica que sustenta o edifício.
O sistema estrutural atual, de natureza tectônica por ser composto por pilares, vigas e lajes de concreto, também permite que as fachadas se abram tanto para a rua quanto para o pátio do bloco.
A transparência dada a estas frentes e as suas diferentes orientações conferem ao espaço uma grande serenidade graças a uma luz branca difusa e contínua.
Além disso, esta operação de desmontagem e abertura permite transformar a entrada em alpendre.
Internamente, o projeto regulariza a planta baixa criando um espaço central principal e compactando todas as instalações e espaços de armazenamento na superfície adjacente restante.
Assim, este espaço central é entendido como um grande palco branco em que, graças à introdução de uma nova estrutura ancorada aos pilares existentes, surge um pódio que define diferentes plataformas acessíveis.
Em última análise, o pódio garante que a continuidade espacial em todo o loft seja mantida.
No entanto, a noção de profundidade e escala neste espaço abstrato é definida por meio de elementos arquitetônicos verticais feitos de madeira Okoume.
Planos fixos e móveis que permitem colocar a cozinha ou o banheiro, por exemplo, de forma oculta, mas ao mesmo tempo acessível.
Este espaço, ao contrário do restante do loft, é definido pelas paredes de concreto e pelas fundações existentes do edifício, sendo assim uma continuação do plano térreo.
A predefinição deliberada deste espaço com um uso e materialidade específicos liberta o resto das plataformas de uma função específica, dando assim à habitação uma grande flexibilidade em que cada espaço acessível pode acomodar qualquer atividade.
Além disso, e para aumentar ainda mais a flexibilidade de uso, as escadas funcionam como móveis que podem ser reposicionados à vontade, introduzindo vários percursos e configurações internas.
Essa estratégia de espaços indefinidos é o que permite ao usuário se apropriar do espaço de acordo com suas necessidades, pois, afinal, um loft deve ser, como sua etimologia indica, um lugar aberto, um lugar atemporal para viver e trabalhar de forma flexível.
Fonte: Architonic
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Iñaki Bergara
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