‘Le marais’, em francês, se traduz literalmente como ‘pântano’, mas não há nada remotamente parecido com um pântano no Le Marais, um apartamento em Paris recentemente redesenhado pelo Studio Haddou-DuFourcq.
Veja bem, o mesmo não pode ser dito sobre seu estado de alguns anos atrás.
“Tudo estava escuro”, lembra Kim Haddou, do escritório de design de interiores com sede em Paris.
“Parecia uma casa de bonecas em ruínas”.
Havia uma pequena sala rosa, uma pequena sala verde, uma pequena sala marrom e uma pequena cozinha azul.
Nada, ao que parecia, era do tamanho de uma pessoa. Ou, por falar nisso, digno de ser humano.
Para Kim e a outra sócia do estúdio, Florent Dufourcq, admitir mais luz significava expulsar o que a bloqueava, neste caso, papel de parede: aqui, ali e em todo o lado, até mesmo no teto, onde tinha uma habilidade particular de engolir o sol.
Apesar dos problemas leves, havia muito o que amar na casa.
Kim e Florent ficaram impressionados com a arquitetura do final dos anos 1970, definida por linhas nítidas e volumes claros.
“Não encontramos muitos edifícios deste período no centro de Paris”.
“A maioria dos apartamentos aqui são haussmanianos, com molduras antigas e lareiras clássicas”.
“Quando entramos no prédio pela primeira vez, nos lembramos de Milão”, conta Florent.
O exterior plantou as sementes para o interior, que ganhou vida própria com materiais macios, brilhos de metal e espelho e novidades vintage italianas das décadas de 1970, 1980 e 1990.
A sala de estar, em particular, é uma cena saída de um filme clássico.
“Adicionamos o tapete branco para recriar a atmosfera acolhedora que às vezes vemos em filmes antigos, todo mundo descalço no chão, um belo sofá grande no canto”, reflete Kim.
Na tentativa de ampliar o layout, ele e Florent também colocaram azulejos de travertino nas paredes para conectar a cozinha à sala.
O que eles puderam aplicar foram recuperados.
O piso em parquet no piso superior e as portas da década de 1960 com molduras.
O banheiro de mármore rosa, original da casa, também fez o corte.
“Adoramos no momento em que o vimos”, diz Kim, e Florent acrescenta: “Fizemos algumas pequenas alterações para torná-lo mais confortável, mas mantivemos a banheira e o lavatório para manter o espírito original do quarto”.
A versão finalizada tem um pé em Milão e outro em Paris. É um ato de equilíbrio que continua dando.
Fonte: Yellowtrace I Vaishanavi Natel Wadekar
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Ludovic Balay
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