“Loggette” é o termo que os habitantes de Formigine costumam usar para identificar as áreas pertencentes ao município da cidade.
Mais especificamente, estas áreas são um conjunto de salas comuns num edifício de dois pisos, distribuídas pelas arcadas da praça da República, no centro da cidade.
Ao longo dos anos, são organizados diversos eventos pop-up de curto e longo prazo.
Em 2021, o município de Formigine decidiu transformar as paredes exteriores em montras, de forma a dar a oportunidade de alugar estas áreas e transformá-las em possíveis restaurantes, lojas ou centros de atividades de promoção turística.
O escritório Ambientevario apoio o cliente durante a fase de participação no concurso e posteriormente, uma vez obtida a autorização, geriu e planejou a renovação da área, bem como a mudança ambiental de várias salas para restaurante e loja.
O conceito do restaurante é, portanto, a promoção das tradições locais e dos produtos típicos; encontrados no cardápio proposto, na seleção de vinhos e na loja do restaurante, possibilitando ao cliente comprar os produtos de sua preferência.
A arquitetura do restaurante, o design de interiores e a organização ambiental, conseguiram fundir o amor pela tradição local com o local, sem criar a típica taberna de aldeia, mas sim um restaurante local modernizado e contemporâneo.
Na cozinha, os armários as instalações sanitárias dos funcionários situam-se na cave.
A colocação de todas as zonas de atendimento no subsolo permitiu assim distribuir a maior parte da área de clientes, por todo o piso térreo, voltado para as arcadas e para o centro da cidade, aumentando assim a visibilidade do restaurante e possivelmente atraindo mais clientes.
No térreo existem quatro zonas interligadas e cada uma delas apoiada nas arcadas, acolhendo a entrada, a adega, a loja típica e a despensa.
A entrada, que é também a primeira sala de jantar do restaurante, está diretamente ligada a uma área maior, sem acesso externo, que conduz ao piso inferior.
Esta zona acolhe a segunda sala de jantar, que foi dividida em espaços mais pequenos, de forma a criar um pequeno corredor que manteria oculto o acesso às instalações sanitárias e à cozinha, e onde o pessoal decidiu colocar um elevador, para facilitar o movimento da louça e evitar sobrelotar a escada.
O corredor foi criado através da inserção de um arco curvo no interior da parede, que não atinge a altura total do piso e que tem a função de separar as duas áreas, sem comprometê-las e aludindo à presença de um espaço cada vez mais amplo.
A parede tem ainda a função de ligar a sala de jantar às restantes zonas do restaurante através de uma espécie de jogo de ilusão baseado em símbolos e vistas.
Além disso, o arco consegue criar uma ligação visual e conceptual com as abóbadas da arcada, tornando-se assim o ponto focal da entrada.
Já a curva é capaz de apagar a percepção do espaço correspondente do elemento natural, uma árvore ficus, conferindo um toque externo em um ambiente fortemente fechado.
A ficus é também um ponto de ligação essencial com a adega, um dos espaços mais simbólicos do restaurante.
Na verdade, a janela interna, situada entre a adega e a sala de jantar do restaurante, consegue focar visualmente a ficus, criando a ilusão de estar apoiada num pequeno jardim interno.
A vinícola foi inspirada em uma biblioteca, exatamente como se as garrafas fossem livros.
Os designers optaram, portanto, por incorporar no mobiliário todos os elementos típicos de uma biblioteca: estantes de altura total e uma escada com degraus nos trilhos.
O design pretende, de facto, realçar a seleção específica e tradicional de vinhos e ao mesmo tempo criar um ambiente formal e familiar.
Além disso, foi acrescentada uma mesa adicional no centro da sala da adega, de forma a criar uma área flexível, mas ao mesmo tempo separada do restaurante e da loja, onde os clientes poderiam degustar vinhos ou reservar provas de vinhos tradicionais.
A divisão dos espaços foi feita através de uma parede de vidro, capaz de definir claramente o perímetro da adega sem fechá-la visualmente.
Esta parede permite ainda ao pessoal ter um ar condicionado separado para a adega, o que é essencial para a conservação do vinho, especialmente durante o verão.
Os arquitetos optaram por colocar uma grande mesa comum logo à entrada do restaurante para receber os clientes numa primeira área comum de jantar, que lhes mostra de imediato o típico conceito de jantar comum italiano, criando desta forma um ambiente confortável, mas ao mesmo tempo ao mesmo tempo ambiente moderno.
Já na segunda sala de jantar a opção foi colocar mesas menores, cujas cadeiras combinam parcialmente com o desenho da parede.
A única exceção é a mesa redonda maior, localizada logo abaixo da ficus, para chamar a atenção para a forma curva da parede divisória.
Não tendo sido possível alterar os pavimentos e as coberturas dos espaços devido as restrições, os trabalhos centraram-se principalmente nas paredes e no mobiliário.
As paredes foram simplesmente pintadas, sem correção de imperfeições de reboco, no interesse de preservar a beleza histórica do local.
A cor utilizada para interligar todas as funcionalidades do restaurante foi o verde escuro.
Já nas zonas auxiliares e de staff foi utilizada uma cor totalmente contrastante, de forma a realçar a diferenciação entre as zonas de refeições e de serviço.
Nestas zonas a escolha recaiu de facto sobre a cor dourada, o que aumentou o brilho e a iluminação do local.
Fonte: Archello
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Fabio Bascetta
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