O novo edifício de escritórios L’Ark no bairro Belvédère de Bordeaux, projetado por Cino Zucchi Architetti, é uma prova do renascimento arquitetônico contínuo da cidade, integrando design contemporâneo com um profundo respeito pelo tecido urbano da cidade.
A disposição no terreno e o layout tipológico do edifício de escritórios articulam e descrevem as diretrizes gerais do plano diretor em relação às características específicas do local e do design geral dos espaços abertos.
A grande dimensão da massa do edifício é articulada dobrando seu perímetro para dentro para gerar um novo layout que une o esquema em forma de H a um centralizado.
Os lados mais curtos da forma paralelepipédica, voltados para o Boulevard e o parque atrás dele, dobram-se em duas curvas côncavas suaves.
A “pele” perimetral contínua que delimita os espaços interiores é dividida em várias camadas que conferem profundidade e um forte efeito de luz e sombra.
A parede interna alterna uma faixa de janelas em fita com uma opaca revestida por elementos de sombreamento em alumínio anodizado que reage às condições climáticas.
As colunas nas fachadas, variando em espessura e ritmo em intervalos irregulares, são dispostas em sete ordens irregulares assinadas por cornija de fiadas de cordas.
O formato das colunas acentuado pelo ligeiro rebaixo das faixas gera uma tela que dá ao mesmo tempo volume e profundidade às fachadas do edifício.
A ordem superior conecta os dois últimos níveis enquanto abre um recesso que hospeda um terraço-jardim protegido.
Essas colunas não são meramente estruturais, mas também altamente expressivas, trabalhadas uma a uma em concreto com uma textura e cor que remetem à pedra histórica de Bordeaux.
Seu design equilibra proporções clássicas com uma estética contemporânea.
Elas foram moldadas dentro de uma fôrma feita com tecnologias de fabricação de controle numérico que permitiram transferir e controlar a variação contínua de alguns parâmetros composicionais com os quais foram projetadas.
Em sua essência maciça, o resultado é quase uma tela estrutural independente.
Por fim, o projeto consegue evocar elementos da arquitetura histórica francesa e de Bordeaux sem qualquer espírito nostálgico, como por exemplo as colunas do átrio que lembram os trompes angulares da arquitetura francesa numa abordagem contemporânea.
Fonte: Archilovers
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Fabrice Fouillet
Deixe um comentário