Por Lizzie Crook
Dois volumes pré fabricados formam a Estação Antártica Comandante Ferraz, que o Estúdio 41 concluiu para o programa de pesquisa científica da Marinha do Brasil na Ilha Rei George, Antártica.
Localizada perto da ponta da Península Antártica, a instalação de 4.500 metros quadrados em tons de azul-petróleo abriga o Programa Antártico Brasileiro da Força Naval, substituindo sua base da década de 1980 que foi devastada por um incêndio em 2012.
A Estação Antártica Comandante Ferraz é formada por duas embarcações lineares e interligadas que abrangem 17 laboratórios e acomodam 64 cientistas.
Também contém áreas de convivência, uma academia e uma biblioteca, incorporadas pelo Estúdio 41, de Curitiba, para apoiar o bem-estar dos ocupantes e oferecer-lhes um descanso da paisagem inóspita da Antártica.
“Os desafios de projetar um edifício para esta paisagem foi criar um abrigo, um lugar seguro”, explica o arquiteto Eron Costin.
“Em certas partes do planeta, a natureza às vezes cria condições adversas para o corpo humano”, disse ele.
“Desenhar um edifício nestes locais é quase como construir uma peça de roupa, um artefato que protege e conforta. É uma questão de performance tecnológica, mas deve andar de mãos dadas com a estética”.
A Estação Antártica Comandante Ferraz é movida por painéis solares e turbinas eólicas e mede o dobro do tamanho da base original da Marinha do Brasil para acomodar mais pesquisadores.
Os dois volumes lineares são aerodinâmicos, ajudando a reduzir a resistência dos ventos antárticos, que podem chegar a 200 quilômetros por hora, e elevados sobre palafitas para evitar o acúmulo de neve.
Eles são posicionados em alturas diferentes para garantir que cada espaço tenha uma visão externa.
Devido ao afastamento e ao clima adverso do local, a Estação Antártica Comandante Ferraz teve que ser totalmente pré-fabricada.
Suas peças foram fabricadas na China e depois enviadas para a Antártica ao longo de três anos, com a construção ocorrendo apenas durante os quatro meses mais quentes de cada uma.
A estrutura da instalação é feita de aço carbono, uma forma de aço com alto teor de carbono que foi escolhida por sua durabilidade e capacidade de resistir ao clima rigoroso da Antártica.
Sua fachada cor de azul-petróleo é composta por painéis sanduíche de 22 centímetros de espessura que combinam duas folhas de metal com isolamento térmico de poliisocianurato – um tipo de plástico termofixo.
No interior, os ambientes das instalações são projetados para acomodar a melhor tecnologia disponível para os pesquisadores, criando um espaço amplo e confortável.
Todos os acabamentos são claros e mínimos, com todos os quartos completos, com uma janela para ajudar a aumentar o bem-estar dos ocupantes e criar uma conexão com o exterior.
Fonte: Dezeen
Tradução I Edição: www.pauloguidalli.com.br
Imagem: Leonardo Finotti
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