O apartamento está localizado no andar nobre de um edifício histórico conhecido como Palazzo Rubatti di Torricella ou Palazzo Tornaforte.
Construído em meados do século XVII pelo arquiteto Francisco Gallo está localizado no centro histórico de Cuneo, Itália.
Antes da intervenção de projeto e remodelação realizados pela arquiteta Bárbara Vucusa, a ampla sala estava dividida em corredor, sala e cozinha, com presença de tetos falsos e diversificação no pavimento em azulejo da década de 70.
Ao eliminar o teto falso, os afrescos do século XVIII foram descobertos e redescobertos e foram restaurados com precisão ao seu design e coloração originais.
Não havia mais vestígios da antiga calçada.
Por isso a arquiteta criou um novo piso de resina, inserindo agregados naturais para obter um piso o mais próximo possível da areia antiga, que pudesse interagir com os afrescos das abóbadas, sem que nenhum deles prevalecesse sobre o outro.
O efeito obtido é particularmente agradável, pois confere ao apartamento um aspecto fresco e luminoso.
Este piso está presente em todo o apartamento, sem interrupções ou alterações de material ou cor.
A entrada abre-se diretamente para a sala com vista para um sofá de linhas suaves e envolventes, para o qual foram escolhidas tonalidades e texturas particulares para os tecidos de revestimento.
O projeto, respeitando as necessidades do morador, quis ao mesmo tempo devolver ao apartamento o seu aspecto original e sumptuoso, devolvendo à sala as características de elegantes halls, permitindo a quem entra respirar um pouco do ambiente.
A cozinha, a mesa de jantar e o mobiliário foram feitos à medida do cliente e pensados nos espaços, de forma a quase não perceber a passagem de uma zona para outra, mantendo cada uma delas a sua função.
As linhas limpas do mobiliário feito à medida alternam-se com as formas mais cheias e suntuosas do mobiliário de design, como as cadeiras Luís XIV da Kartell e o aparador dourado e silhar da Cattelan, escolhidos para equilibrar e preencher os quartos com a sua presença.
Cada pequeno detalhe foi cuidado.
Até a iluminação se integra ao contexto, entrando em cena mais como decoração do que como elemento técnico.
A luz geral é posicionada acima das molduras existentes na abóbada, funcionais por um lado para iluminar toda a sala, por outro para realçar as abóbadas da sala e do quarto, e outras luzes específicas da FLOS que, por serem estéticas, quase assumem o papel de decoração.
Particular é a distribuição da planta do quarto que, pela sua conformação, levou a que fosse dividido, através de duas alas, em três zonas distintas: cama, closet, casa de banho privativa.
A divisória atrás da cama esconde o closet.
Da cama pode-se apreciar a vista da banheira autônoma realçada por papel de parede de forma a recriar um ambiente elegante e relaxante, com referência ao que outrora foram os banheiros dos castelos e casas senhoriais.
Atrás deste segundo cenário está o banheiro privativo com pia e espelho antigo.
Vislumbres e frestas entre os vários ambientes da casa intrigam e vão além da simples função de passagem, abrigando móveis de design personalizado e garantindo perspectivas vivas.
A boiserie da sala e as luminárias posicionadas nas laterais da TV emolduram o ambiente, conferindo-lhe uma conotação artística particular.
O banheiro de hóspedes é uma mistura de elementos fortes e delicados, masculinos e femininos que se harmonizam.
Como revestimento do banheiro, em toda a parede atrás do chuveiro e das louças sanitárias, foram feitas faixas de resina de diferentes tamanhos e tonalidades de cores, criando a cenografia certa em um banheiro de planta irregular com luz natural indireta e quase líquida, mas cenicamente muito presente.
Atrás do par de lavatórios personalizados, dois espelhos retroiluminados de altura total amplificam e expandem o espaço.
Fonte: Archilovers
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Marco Tacchini
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