O South Bronx, da Mott Haven a Fordham Road, está passando por uma onda de desenvolvimento que está revertendo décadas de baixo investimento e negligência.
Essa transformação também levanta questões familiares sobre a gentrificação e o deslocamento, mas há vários projetos em andamento, ou recentemente concluídos, que enfatizam o desenvolvimento da comunidade e o reforço do apoio aos residentes existentes.
Um desses projetos é o El Borinquen Residence, projetado por Alexander Gorlin Achitects, que oferece 148 unidades de habitação e serviços de apoio, ao mesmo tempo em que oferece um estilo de design animado e um programa de construção cuidadoso.
El Borinquen foi projetado para o cliente sem fins lucrativos pela Comunlife, que, desde 1989, presta serviços sociais à comunidade latina da cidade de Nova York.
O desenvolvimento de 90.000 pés quadrados fica no meio do quarteirão e com 10 andares de altura, inclui 148 unidades residenciais, noventa das quais são habitações de apoio para ex-sem-teto com necessidades de saúde mental e jovens que envelhecem fora de um orfanato.
As cinquenta e sete unidades restantes são reservadas para idosos de baixa renda e moradores da área.
Essa comunidade moldou o design do projeto.
Desde o início, a Dra. Rosa Gil, fundadora, presidente e CEO da Comunilife, expressou a intenção de que o projeto incorporasse a arte tanto como um tema interno quanto como um gesto externo para o bairro.
Nesse sentido, El Borinquen, o nome indígena de Porto Rico, é uma homenagem à população predominantemente porto-riquenha do bairro, que, programaticamente, é vista como um aspecto integral de um resultado positivo do projeto.
“Durante a fase de projeto, cada parte do edifício foi projetada com espaços de convivência, como dois pátios internos, um terraço na cobertura, amplos saguões e um grande espaço multifuncional pensado para uma galeria de arte”, observa o arquiteto.
A galeria de arte incluirá exposições rotativas com o trabalho de artistas locais, Aurelio del Muro e Marta Blair, que procura interpretar “Río Grande de Loiza” da célebre poetisa porto-riquenha Julia de Burgos”.
A fachada é marcada por seu caráter retilíneo, concreto, que, em sua forma e coloração viva, cita o cânone de Le Corbusier no Brasil, assim como outros edifícios modernistas da América Latina.
“A fachada foi revisada diretamente pelo Dr. Gil com várias seleções de cores e padrões que lembram não apenas o logotipo em forma de coração da Comunilife, mas também alude a cores naturais simbólicas culturalmente: verde para a folhagem, azul para céu, amarelo para o sol e vermelho para o coração do logotipo”, diz Gorlin, descrevendo a vida antes da conquista espanhola.
Em termos de estrutura, El Borinquen é construído em concreto moldado no local, em vez da construção de blocos e tábuas normalmente associada a projetos habitacionais acessíveis.
Várias considerações moldaram essa abordagem, que, de acordo com o arquiteto do projeto Quncie Williams, incluiu as condições do local e as discussões logísticas com o empreiteiro.
“Como o local tem 192 pés de profundidade, ficou claro que um guindaste padrão não conseguiria alcançar efetivamente a extremidade do local, o que exigiria o uso de um guindaste de enorme escala, que causaria dores de cabeça em áreas como fluxos de tráfego adjacentes”.
Com a mudança dos residentes em novembro passado, o El Borinquen certamente servirá como uma pedra angular do bairro nos próximos anos ou, como observa a Dra. Rosa Gil, “El Borinquen se destaca como um oásis arquitetônico, projetado com respeito e integrando as diversas culturas e idiossincrasias artísticas da comunidade Latina”.
Fonte: Metropolis I Mateus Marani
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Michael Moran
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