Concluída em julho de 2024, a Casa Emma foi projetada pelo escritório de arquitetura mexicano HW Studio.
Localizado na cidade de Morelia, em Michoacán, México, o estúdio transformou uma pequena casa de terraço em um lar sereno, envolto em madeira e banhado por luz zenital quente.
Há vários anos, os arquitetos do estúdio tiveram a oportunidade de visitar o Museu Paula Rego em Cascais, uma cidade e município no distrito de Lisboa, em Portugal.
Os arquitetos do HW Studio relembram: “Ao entrar no museu, ficamos imediatamente comovidos.
Abaixo de uma das pirâmides, fomos envolvidos por uma sensação de admiração e serenidade indescritível”.
A luz filtrada por uma claraboia alta, banha as superfícies com um calor suave e aveludado.
Os arquitetos descrevem a luz como “calmante, criando sombras e reflexos que dançavam por todas as paredes e pisos”.
A abordagem cuidadosa à arquitetura busca eliminar o que é supérfluo, alcançando assim “momentos de paz interior por meio da contemplação consciente”.
Para o estúdio, a luz e o espaço são frequentemente os principais protagonistas, dada sua capacidade de criar experiências transformadoras, isso, juntamente com a lembrança de sua visita ao Museu Paula Rego, que forneceu a inspiração para a Casa.
O projeto busca transmitir uma sensação de calma e serenidade por meio da luz, com ênfase no potencial da luz zenital para criar uma experiência imersiva.
O HW abordou a Casa como um exercício de escavação, esculpindo um vazio no formato de um “celeiro Purépecha” conhecido como “Troje”.
Purépecha é um grupo de povos indígenas de Michoacán, no México e um celeiro Purépecha, ou Troje, é uma estrutura de armazenamento tradicional construída com materiais locais e usada para armazenar milho e outros grãos.
Lembrando um celeiro Purépecha, “o interior é feito inteiramente de madeira, visando acentuar esse conceito e torná-lo mais evocativo dessas construções tradicionais”, explica o estúdio.
A pequena casa de 54 mts2 fica em um terreno de 4 por 10 metros.
O tamanho da casa e a conexão com as propriedades em ambos os lados exigiram uma abordagem zenital para iluminação e ventilação, bem como um uso eficiente do espaço.
A estrutura do edifício é feita de paredes de concreto e alvenaria de tijolos, lajes de concreto armado planas e inclinadas, e pisos e fundações de concreto.
O exterior é rebocado com chukum, resultando em um acabamento terroso e contemporâneo.
Originário de Yucatán, no México, o chukum é um revestimento natural feito com resina da árvore chukum, misturada com água e pó de pedra.
O chukum foi usado no corredor de entrada e no banheiro da casa, e o restante da casa é revestido com madeira projetada.
Um corredor de acesso na frente da casa leva a um espaço central, em plano aberto, com áreas de estar, jantar e cozinha.
Na parte de trás, há uma sala de serviço e uma escada que sobe para um pequeno hall, levando a um quarto no mezanino e ao banheiro, e a escada continua para um terraço.
O espaço na parte de trás da Casa difere em termos de sua materialidade e é descrito pela equipe como “um volume branco que flutua dentro da casa”.
“Nossa intenção com este projeto é proporcionar aos visitantes uma experiência que desperte emoções e convide à contemplação”.
“Esta casa é um convite para imergir em um mundo onde a luz se torna a linguagem das emoções e da conexão consigo mesmo”.
Fonte: Archello I Gerard Mcguickin
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: César Béjar
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