O projeto envolve os espaços interiores de um apartamento residencial a poucos metros da Basílica de Santa Croce, no bairro histórico de Santa Croce, em Florença.
Um bairro rico em história e vida vivida, com oficinas, mercados e atividades universitárias.
Aqui, o estúdio Deferrari + Modesti criou um apartamento funcional e contemporâneo com atmosfera franciscana num convento do século XIII.
O projeto se deparou de imediato com o contexto fascinante em que se insere: um antigo convento do século XIII que ainda conserva inúmeras características originais.
Ao longo dos séculos, o edifício sofreu diversas transformações, incluindo um período em que albergou uma escola primária em funcionamento até à década de 1950.
Para os moradores, a beleza de viver numa cidade como Florença é estar rodeado de camadas de diferentes épocas e ter a oportunidade de habitar espaços que atravessaram os séculos e com histórias a descobrir.
O apartamento impressiona imediatamente pela sua luz, que entra através de quatro grandes janelas viradas a sul.
Cada janela oferece uma vista incomum da torre sineira e das traseiras da Basílica, normalmente difícil de observar desta perspectiva.
Os tetos altos e a presença de um segundo nível espaçoso e luminoso no sótão acrescentam ainda mais valor ao apartamento.
Desde a entrada do edifício existe um ambiente quase conventual, franciscano, com espaços amplos e brancos, desprovidos de decorações desnecessárias.
No projeto da casa pretendeu rever e desenhar os espaços preservando ao máximo a atmosfera existente, deixando inalterada a atmosfera, utilizando materiais e uma linguagem adequada ao local.
A solicitação de viver num espaço mais funcional e contemporâneo, sem comprometer a atmosfera histórica do local, levou a uma abordagem minimalista, especialmente no design de mobiliário personalizado.
Foram escolhidas intervenções direcionadas, preservando elementos que remetem ao passado do apartamento, como degraus de mármore sob cada janela, portas antigas e radiadores de ferro fundido.
De acordo com o casal, evitou-se uma reforma total, pois a disposição dos espaços já estava alinhada às suas necessidades.
O projeto teve como objetivo promover uma maior ligação entre a cozinha e a sala, originalmente separadas, com o objetivo de aumentar a luminosidade na entrada através de intervenções específicas sem alterar a planta original.
O desenho integra um elemento-chave no espaço de distribuição central: um dispositivo de madeira que funciona como filtro de parede entre a entrada e a nova área da cozinha, permitindo que a luz penetre no corredor.
Esta parede equipada torna-se um elemento central na definição do espaço e das características da casa, com uma geometria regular “franciscana” que coloca no centro a biblioteca do casal.
O filtro funciona em duas frentes, com duas perspectivas distintas: um
lado funciona como estante, e o outro molda e enquadra ritmicamente a cozinha, encerrando-a com revestimento cerâmico branco.
Isso cria uma conexão visual entre os espaços.
A área de estar se abre para um quarto espaçoso e luminoso.
A escada que leva ao segundo nível é um elemento arquitetônico de destaque neste espaço.
Ela se desenvolve como uma única rampa de madeira que conduz ao espaço superior.
Uma conexão que se lê como um volume sólido, geométrico e ao mesmo tempo não invasivo.
O desenho e os materiais da escada seguem a linguagem essencial do restante mobiliário, se relacionando efetivamente com o contexto e o mobiliário histórico do casal.
O espaço do segundo nível, sob a cobertura, se transformará ao longo do tempo de acordo com a necessidade do casal, abrigando atualmente a área de serviço.
Uma abertura em arco serve de soleira para uma zona mais privada, composta por um espaço de escritório com posto de trabalho duplo e um quarto principal.
O projeto do banheiro segue a pegada da casa, com revestimento cerâmico branco no box, paredes rebocadas e piso de concreto.
Fonte: Architonic
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Ana Positano I Gaia Gambiaggi
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