Com a abertura da Galeria BFF por ocasião da Artweek Milano, a Casa BFF, o projeto da OBR Open Buiding Reaserch, para a sede do BFF Banking Group em Milão, torna-se totalmente operacional, oferecendo à cidade um novo espaço para cultura, relacionamentos e compartilhamento.
A Galeria, aberta gratuitamente mediante reserva desde de 3 de abril de 2025, sediará um programa de exposições começando pela coleção de arte do Banco, apresentando cerca de 250 obras-primas de artistas contemporâneos.
Para sua inauguração, a Galeria de Arte apresentou a exposição Baj + Milton, “Paraíso Perdido”, os Paradoxos da Liberdade, exibindo uma série de quarenta gravuras criadas por Enrico Baj em 1987, inspiradas no poema de John Milton.

A exposição ficará em cartaz até 17 de outubro de 2025.
O novo espaço de exposição, parcialmente subterrâneo, mas transparente e visível do lado de fora, marca a conclusão da Casa BFF não apenas como sede do Banco, mas como parte ativa do tecido cultural de Milão, reafirmando o papel da arquitetura na criação de locais de conexão para a comunidade.
A Casa BFF está localizada em uma das áreas mais sensíveis à transformação urbana de Milão.

A Viale Scarampo é um dos principais eixos urbanos da cidade, em direção ao noroeste, e, nesse contexto, a Casa se destaca como uma das portas de entrada para a cidade.
O projeto reinventou uma área de estacionamento preexistente, transformando o que seria apenas um prédio para operações bancárias em um local aberto à cidade, capaz de interagir com seu contexto e comunidade.
De acordo com os sócios da OBR: “Este é, em linhas gerais, um projeto urbano que devolve algo ao domínio público: uma nova praça, um espaço cívico aberto a todos, onde um ritual renovado de urbanidade pode acontecer”.

“Desde o início, todos concordamos que a Casa BFF não deveria se entregar à ostentação e, em vez disso, ser significativa por sua capacidade de criar urbanidade, combinando genius loci com um senso de comunidade”.
“Mais do que um edifício alto, a Casa BFF é um ‘espaço alto’ que inverte a relação entre figura e fundo, onde o primeiro plano é a praça pública e o fundo é o edifício”.
A restrição infra estrutural da linha subterrânea do metrô foi reimaginada como uma oportunidade para devolver uma nova praça aberta ao público.
Este espaço é definido por um pronaos de 40 metros de altura, que sustenta uma grande cobertura produtora de energia que delineia a “quinta elevação” da cidade quando vista de cima.
Com seus 2.300 metros quadrados de painéis fotovoltaicos capazes de produzir 360 megawatts-hora por ano, a cobertura assume a forma de um “tapete voador”, servindo como um manifesto dos valores ambientais do BFF e permitindo que o edifício obtenha as certificações LEED Platinum e WELL Gold.
Ele atua como um dispositivo ativo e passivo: fornecendo sombra da luz solar direta, ao mesmo tempo que contribui para as necessidades energéticas do edifício.
O projeto foi guiado por estratégias ambientais e energéticas, graças à orientação solar, ao DfMA (Design for Manufacture and Assembly) e ao uso de tecnologias de energia renovável que visam maximizar a economia de energia e minimizar o impacto ambiental.

Os interiores, distribuídos em onze níveis (nove acima do solo e dois abaixo do solo, com uma área total de aproximadamente 15.000 m²), foram projetados para oferecer máxima flexibilidade e configurabilidade, permitindo uma variedade de layouts, desde espaços de trabalho individuais a zonas coletivas e áreas de reunião informais.
O escritório do futuro será cada vez mais flexível, dinâmico e adaptável, eliminando as barreiras entre interior e exterior.
As fachadas transparentes em todos os lados e o generoso pé-direito de 4,2 metros garantem ampla iluminação natural, enquanto o sombreamento é obtido pela combinação do teto solar e das aletas verticais de vidro serigrafado.
O projeto foi concebido para fomentar um forte senso de pertencimento e incentivar a colaboração, o compartilhamento de ideias e conexões espontâneas.

A Casa BFF é fundamentalmente uma arquitetura de relacionamentos, que trabalha mais com o tempo do que com o espaço, aberta a transformações futuras.
Mesmo partindo de uma iniciativa privada, este projeto tem uma forte vocação urbana: promove um lugar cívico aberto à cidade, em sintonia com as expectativas sociais em evolução, onde é possível ter o prazer de estar e conviver.
Fonte: Archello
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Nicola Colella I Martina Simonato
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