Situado em Foum el Oued, junto à costa atlântica, o ASARI (Instituto Africano de Investigação em Agricultura Sustentável), projetado pelo escritório francês Bechu+Associés, é uma proposta nacional levado a cabo pela Fundação Phosboucraâ.
O objetivo é contribuir para o desenvolvimento econômico e social da região, por meio de um centro dedicado à pesquisa e inovação.
Como ponto de referência para Marrocos e em particular para as regiões do Sul, o Instituto transmite uma mensagem construtiva aos habitantes como uma oportunidade de mudança.
O projeto é composto por elementos programáticos, dedicados à investigação, incluindo espaços de trabalho, laboratórios e instalações de ensino.
Para responder ao projeto, o escritório formou um consórcio de empresas com competências e know-how nas áreas de engenharia, design e inovação, construção e operação.
A proposta responde a três temas: a oportunidade de promover uma transformação positiva e profunda da sociedade através de novas formas de organização e criação de valor.
Uma oportunidade de questionar modelos estabelecidos e reinventar modos de vida, trabalho e trocas.
Conceber a arquitetura como uma qualidade necessária para a criação de um lugar de identidade graças a um terreno que se situa na confluência paisagística entre o deserto e o oceano.
A equipe utilizou o clima, os ventos, a areia e o know-how da costa subsaariana, para alcançar o melhor desempenho sustentável.
Em perfeita harmonia com o clima, a abordagem arquitetônica é baseada no potencial oferecido pelo local e visa integrar e compor com o terreno natural, otimizando o diálogo entre o edifício e seu entorno.
O Instituto conta com condicionantes ambientais, como um ecossistema capaz de criar um novo lugar de vida e intercâmbio no meio do deserto.
O sistema foi pensado em relação ao vento predominante, que vem de Norte-Nordeste, para criar proteções que servem também para definir um espaço de circulação e conexão entre os diferentes edifícios e possibilitar a criação de uma relação visual entre o deserto e o mar.
Este espaço torna-se a espinha dorsal do campus, conectando as unidades de pesquisa que são articuladas ao longo de uma passarela coberta graças a um dossel de cabos de aço e lona de cor saharaui, oferecendo assim o controle solar do espaço de convivência fora dos edifícios e um estilo arquitetônico funcional enraizado nas raízes locais.
O espaço torna-se um lugar que se conecta e harmoniza com o deserto e o mar num espaço protegido do vento e da areia.
As fachadas exteriores foram desenhadas com o mesmo elemento que se repete com uma frequência que corresponde à proteção das partes iluminadas dos edifícios da radiação solar, e que permite uma arquitetura simples e funcional.
Simples e sóbria, a arquitetura proposta traça linhas claras para deixar um lugar importante para a natureza que vem inervá-la, enquanto cria espaços de encontro e trocas.
Cada edifício possui um pátio interno central que fornece ventilação natural para todas as áreas comuns do campus, bem como para os espaços abertos.
Os pátios interiores desempenham papel muito importante no desenho ambiental e passivo do projeto, ao mesmo tempo em que permitem restaurar os edifícios a uma escala humana de calma e concentração.
O desenvolvimento de espaços ao ar livre apresenta uma oportunidade de pesquisa e conscientização de plantações em ambientes secos.
Os espaços exteriores são maioritariamente compostos por estruturas de proteção contra o vento.
O solo é composto de diferentes tamanhos de grãos, as rochas no lugar são ordenadas e ajuntadas.
A beleza do projeto se revela através da exaltação da mineralidade do local.
Construídos entre as diferentes linhas de força da paisagem, estes cruzamentos servem de proteção e lugares.
Os traços na paisagem são então criados, reforçando a identidade do local.
A arquitetura do ASARI demonstrar que a relação ecologia-tecnologia é tão importante quanto delicada e que deverá ser equilibrada.
Fonte: Archilovers
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Fabio Mantovani
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