A loja, projeto do escritório Barozzi Veiga, destila arquitetura ao essencial, equilibrando o rigor dos materiais e a fluidez espacial para criar uma experiência de varejo íntima, mas monumental.
Discretamente localizada dentro do tecido urbano da cidade, sua presença é marcada por um limiar de metal escuro, ao mesmo tempo enigmático e convidativo.
Esta entrada media entre a arquitetura circundante e a experiência interior singular, oferecendo um momento de contraste que sugere a coreografia espacial interna.
A loja se desdobra como uma sequência medida de formas e materiais, onde equilíbrio e assimetria coexistem em uma tensão dinâmica.
No interior, o espaço é definido por três colunas revestidas de aço, sua colocação imperfeita emprestando uma qualidade quase escultural à composição.
Sua presença dita a lógica espacial, influenciando sutilmente o movimento enquanto reforça a identidade arquitetônica da loja.
Ao lado delas, um balcão suspenso no mesmo aço polido se estende ao longo do interior, integrando perfeitamente as funções de varejo em um gesto singular e monolítico.
A interação entre a verticalidade das colunas e a precisão linear do balcão introduz um drama silencioso, um diálogo entre peso e leveza.
O sistema de exposição, composto por bandejas de aço fixadas na parede, transforma o ato de exibir produtos em uma instalação com curadoria.
Esses elementos flutuantes contrastam com a solidez material dos outros componentes, criando um ritmo visual em camadas.
O resultado é um espaço que parece deliberado e espontâneo, onde a precisão austera das superfícies de metal encontra as texturas em constante mudança das embalagens da Aesop.
Essa tensão entre permanência e efemeridade, arquitetura e comércio, confere à loja uma profundidade inesperada.
O momento mais marcante se desenrola na parte de trás da loja, onde a linguagem espacial muda.
Uma alcova semicircular, definida por uma rotação do balcão, oferece um ambiente íntimo e imersivo.
Aqui, as linhas suavizam, a luz modula e os materiais envolvem o visitante em uma mudança sensorial que contraria a organização racional do espaço principal.
Este momento de contraste ressalta o rigor do design geral, ao manter uma estratégia formal disciplinada, a equipe cria espaço para surpresa e fluidez.
Fonte: This is Paper
Tradução I Edição: pauloguidalli.com.br
Imagem: Simone Marcolin
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